OH, VIDA ESTRANHA
Oh, vida estranha
que nos obriga a burrice tamanha
nos prende àquilo que não queremos viver.
Oh, que grande agonia
estou presa ao mundo da fantasia
todos aqueles desenhos que estou a perder.
Oh, burrice estranha
que nos leva à viagem tamanha
sempre estou a me arrepender:
se estou no colégio, acho perda de tempo;
se estou na Anima Mundi, penso no vestibular
e tudo que eu quero é escrever e desenhar.
Minha mão treme, meu coração se agita
quando tenho de repente nova idéia a ser escrita
quando estou a produzir seja qual for o lugar
desde que eu possa redigir e registrar
o turbilhão que eu carrego
apesar de materialista, sou artista, não nego
É o tipo de coisa que não posso e não quero evitar.
sábado, julho 26, 2003
quinta-feira, julho 24, 2003
ARCA
O que se esconde neste baú
que sonhos, que quimeras
deixei ali e agora
não consigo enxergar?
Como fui capaz de enterrar
meus próprios sonhos e prazeres
Que aventuras escondi aos meus olhos
e de que adiantou isto
se minhas mãos anseiam em tocar
o papel amarelado e amassado no fundo da gaveta
Delícia como comer sobremesa sem jantar
Apenas de sonhos se alimentar
não se deixar congelar pelo coração
e ser atropelada pela multidão
que a priori nos incapacita de irmos
aonde queremos.
Os sonhos,
de dentro do seu túmulo
socam e gritam de dentro do caixão
avisando que estão vivos e querem sair
Meu coração congelado
me fez surda aos anseios sussurrados
mas subitamente vejo minhas mãos ávidas
e, confiando na sabedoria
que elas já adquiriram,
as deixo procurar
Mãos atrevidas tocam todo lugar
abrem portas e gavetas
mãos surdas e ceguetas
que tateiam sem parar
Sábio destino
espera o ápice do momento
mãos de fora que procuram
e mãos de dentro que esmurram
tem breve casamento
Mãos trêmulas tocam os sonhos
sonhos ávidos tocam o coração
libertando aquele ser de sua prisão
que é viver sem ter um alvo a alcançar
um sonho para sonhar
se permitir ser quem quiser
e se impedir de ser levado com a maré
O túmulo escancarado
é a prova de que há algo errado
mãos de sonho escrevem estas palavras
e um coração gelado é convidado a se isolar.
Ana Marta
anelos@br.inter.net
O que se esconde neste baú
que sonhos, que quimeras
deixei ali e agora
não consigo enxergar?
Como fui capaz de enterrar
meus próprios sonhos e prazeres
Que aventuras escondi aos meus olhos
e de que adiantou isto
se minhas mãos anseiam em tocar
o papel amarelado e amassado no fundo da gaveta
Delícia como comer sobremesa sem jantar
Apenas de sonhos se alimentar
não se deixar congelar pelo coração
e ser atropelada pela multidão
que a priori nos incapacita de irmos
aonde queremos.
Os sonhos,
de dentro do seu túmulo
socam e gritam de dentro do caixão
avisando que estão vivos e querem sair
Meu coração congelado
me fez surda aos anseios sussurrados
mas subitamente vejo minhas mãos ávidas
e, confiando na sabedoria
que elas já adquiriram,
as deixo procurar
Mãos atrevidas tocam todo lugar
abrem portas e gavetas
mãos surdas e ceguetas
que tateiam sem parar
Sábio destino
espera o ápice do momento
mãos de fora que procuram
e mãos de dentro que esmurram
tem breve casamento
Mãos trêmulas tocam os sonhos
sonhos ávidos tocam o coração
libertando aquele ser de sua prisão
que é viver sem ter um alvo a alcançar
um sonho para sonhar
se permitir ser quem quiser
e se impedir de ser levado com a maré
O túmulo escancarado
é a prova de que há algo errado
mãos de sonho escrevem estas palavras
e um coração gelado é convidado a se isolar.
Ana Marta
anelos@br.inter.net
segunda-feira, julho 21, 2003
ESPERA
Deitada na cama olho o teto
É isso que vêem aqueles que me vêem
Ao contrário do meu corpo, minha mente e meu coração viajam
Concebo desejos a serem conquistados
enquanto o pobre corpo,
humilde escravo deste senhores, descansa.
O coração pede a presença de alguém distante
e os olhos, impossibilitados de levar à mente
a imagem do rosto do distante amado
produzem lágrimas que molham as hastes
de um óculos que jaz inútil ao lado da televisão.
E a noite me preenche de pensamentos infames e insones
o corpo descansa à medida que esse
incansavelmente sofredor coração permite
os músculos retesados evidenciam a agonia da solidão
Sim, sentada estou escrevendo agora
este servo nunca falhou com uma obrigação
Mas que eu posso fazer
se este surrado coração cansou de ver o rosto de plástico
Enquanto a mente se entope e enche seus companheiros de teorias
o que este prático coração quer é poesia
e o servo pede uma trégua...
Os ouvidos escutam uma canção que consola
essa saudade que me consome e me assola
Corpo cansado só quer se esticar
olhos úmidos se recusam a chorar
o corpo vencerá e eu continuarei deitada
viajando, pensando emocionada
quanto mais vou ter que esperar
para finalmente poder te encontrar.
Deitada na cama olho o teto
É isso que vêem aqueles que me vêem
Ao contrário do meu corpo, minha mente e meu coração viajam
Concebo desejos a serem conquistados
enquanto o pobre corpo,
humilde escravo deste senhores, descansa.
O coração pede a presença de alguém distante
e os olhos, impossibilitados de levar à mente
a imagem do rosto do distante amado
produzem lágrimas que molham as hastes
de um óculos que jaz inútil ao lado da televisão.
E a noite me preenche de pensamentos infames e insones
o corpo descansa à medida que esse
incansavelmente sofredor coração permite
os músculos retesados evidenciam a agonia da solidão
Sim, sentada estou escrevendo agora
este servo nunca falhou com uma obrigação
Mas que eu posso fazer
se este surrado coração cansou de ver o rosto de plástico
Enquanto a mente se entope e enche seus companheiros de teorias
o que este prático coração quer é poesia
e o servo pede uma trégua...
Os ouvidos escutam uma canção que consola
essa saudade que me consome e me assola
Corpo cansado só quer se esticar
olhos úmidos se recusam a chorar
o corpo vencerá e eu continuarei deitada
viajando, pensando emocionada
quanto mais vou ter que esperar
para finalmente poder te encontrar.
domingo, julho 20, 2003
MEU CORPO
Meu corpo, meu amigo, não é para ti
Meu corpo não foi moldado em urbanas academias
mas por noites de insônia, tristezas e alegrias
caminho solitário de meu próprio eu
Meu corpo, meu amigo, não é para ti
Meu corpo foi moldado por mãos atrevidas
mãos que foram por estas mãos escolhidas
mãos que a tua mão não escolheu
Meu amigo, meu corpo não foi feito para ti
Foi unicamente feito para meu usufruto, meu prazer
e tenho muito prazer em não te escolher
para participar cotidianamente da minha vida
Esta mão calejada e sofrida
Teve o prazer de te percorrer
e a alegria de te perder
Informação assimilada e bem recebida
por todos os poros deste corpo não esquecido
do dia que com o teu foste unido
Oh, corpo extensamente percorrido
não te lembres deste corpo perdido
Pois, meu amigo
este corpo não é para ti.
Meu corpo, meu amigo, não é para ti
Meu corpo não foi moldado em urbanas academias
mas por noites de insônia, tristezas e alegrias
caminho solitário de meu próprio eu
Meu corpo, meu amigo, não é para ti
Meu corpo foi moldado por mãos atrevidas
mãos que foram por estas mãos escolhidas
mãos que a tua mão não escolheu
Meu amigo, meu corpo não foi feito para ti
Foi unicamente feito para meu usufruto, meu prazer
e tenho muito prazer em não te escolher
para participar cotidianamente da minha vida
Esta mão calejada e sofrida
Teve o prazer de te percorrer
e a alegria de te perder
Informação assimilada e bem recebida
por todos os poros deste corpo não esquecido
do dia que com o teu foste unido
Oh, corpo extensamente percorrido
não te lembres deste corpo perdido
Pois, meu amigo
este corpo não é para ti.
domingo, julho 13, 2003
ICARAÍ
Então chegam os ricos remediados para o baile do clube central
Os burgueses arruinados pelos planos Bresser, Verão, Collor e Real
Chega a prima-dona com seu vestido de cetim bronze que nos ofusca
com o marido bêbado e mal ajambrado de dentro do táxi
Chega a loura fatal de batom vermelho com seu partner
guiados por motorista branco num fusca
A mim nada mais me assusta
Chegam monzas quatro portas e importados
Chegam velhas com amantes e jovens com namorados
No mesmo ponto, um 998 e um gol mil
e eu faço de escrivaninha Eça de Queiroz e o Código Civil
São oito da noite de sexta e estou em Icaraí a escrever
Mas dá licença que o 703 chegou e tenho que correr.
Então chegam os ricos remediados para o baile do clube central
Os burgueses arruinados pelos planos Bresser, Verão, Collor e Real
Chega a prima-dona com seu vestido de cetim bronze que nos ofusca
com o marido bêbado e mal ajambrado de dentro do táxi
Chega a loura fatal de batom vermelho com seu partner
guiados por motorista branco num fusca
A mim nada mais me assusta
Chegam monzas quatro portas e importados
Chegam velhas com amantes e jovens com namorados
No mesmo ponto, um 998 e um gol mil
e eu faço de escrivaninha Eça de Queiroz e o Código Civil
São oito da noite de sexta e estou em Icaraí a escrever
Mas dá licença que o 703 chegou e tenho que correr.
segunda-feira, maio 19, 2003
MEU TEMPO
Seu tempo não é meu tempo
meu tempo é feito de coisas fugidias
arredias ao pensamento concreto e abstrato
Meu tempo não é o de fato
o tempo histórico exato
Meu tempo é recheado de ilusões
saudades, impressões e frustrações
Seu tempo cronológico
não eqüivale ao meu psicológico
Meu tempo é longelíneo
mas não retilíneo
denso, imenso
Meu tempo faz parte do meu mundo
povoado por figuras estranhas, bizarras
que você teria dificuldade em aceitar
Mas nunca neste meu mundo você irá entrar
você vai vê-lo de fora, atrás das grades
enquanto lá dentro realizo todas as minhas vontades.
Meu tempo esticado
como massa de macarrão
Sonhos que vão do céu ao chão
Macarrão que não cabe no seu garfo
Esses sonhos eu engarrafo
e entrego a você numa correspondência “just in time”
Bom apetite!!!
Seu tempo não é meu tempo
meu tempo é feito de coisas fugidias
arredias ao pensamento concreto e abstrato
Meu tempo não é o de fato
o tempo histórico exato
Meu tempo é recheado de ilusões
saudades, impressões e frustrações
Seu tempo cronológico
não eqüivale ao meu psicológico
Meu tempo é longelíneo
mas não retilíneo
denso, imenso
Meu tempo faz parte do meu mundo
povoado por figuras estranhas, bizarras
que você teria dificuldade em aceitar
Mas nunca neste meu mundo você irá entrar
você vai vê-lo de fora, atrás das grades
enquanto lá dentro realizo todas as minhas vontades.
Meu tempo esticado
como massa de macarrão
Sonhos que vão do céu ao chão
Macarrão que não cabe no seu garfo
Esses sonhos eu engarrafo
e entrego a você numa correspondência “just in time”
Bom apetite!!!
domingo, maio 18, 2003
TECENDO A VESTE INVISÍVEL
“O rei está nu !! ”
Busca em teu coração
os fios que tua mão vai tecer
fios entrelaçados
formam o tecido básico
que veste a alma
desejosa de se vestir
com o que há de melhor
da bondade do coração humano.
Esse tecido nenhuma manufatura pode fazer
Apenas o invisível pode tecer
o que de mais visível do invisível irá vestir.
A percepção enxerga com clareza
a qualidade das vestes da alma
E sendo assim, de nada adianta
o corpo vestir dourado,
se o tecido invisível for roto.
“O rei está nu !! ”
Busca em teu coração
os fios que tua mão vai tecer
fios entrelaçados
formam o tecido básico
que veste a alma
desejosa de se vestir
com o que há de melhor
da bondade do coração humano.
Esse tecido nenhuma manufatura pode fazer
Apenas o invisível pode tecer
o que de mais visível do invisível irá vestir.
A percepção enxerga com clareza
a qualidade das vestes da alma
E sendo assim, de nada adianta
o corpo vestir dourado,
se o tecido invisível for roto.
domingo, maio 11, 2003
PALITO DE FÓSFORO
Como já dizia Platão, só no mundo das idéias existe o eternamente
e nesse mundo material o palito de fósforo nos consome lentamente
Esse amor que nos ilumina e nos vislumbra um mundo superior
nos causando intensa felicidade e nos deixa em completo torpor
Até o momento que termina a fase da chama de maior intensidade
e somos cruelmente forçados a encarar a dura realidade
que o amor nada mais é que um palito de fósforo que se riscou
nos fascina, inebria, embriaga e em um instante - se acabou
E a sensação que restou dessa inesquecível situação
é a que estamos amarrados a um mundo de dor e solidão
Se um palito foi riscado, iremos sempre nos lembrar
da porta mágica que se abriu para nos transportar
ao Reino de Hades, para percorrermos um tortuoso caminho
A lembrança da ressaca e da enxaqueca é o que sobra do copo de vinho.
Como já dizia Platão, só no mundo das idéias existe o eternamente
e nesse mundo material o palito de fósforo nos consome lentamente
Esse amor que nos ilumina e nos vislumbra um mundo superior
nos causando intensa felicidade e nos deixa em completo torpor
Até o momento que termina a fase da chama de maior intensidade
e somos cruelmente forçados a encarar a dura realidade
que o amor nada mais é que um palito de fósforo que se riscou
nos fascina, inebria, embriaga e em um instante - se acabou
E a sensação que restou dessa inesquecível situação
é a que estamos amarrados a um mundo de dor e solidão
Se um palito foi riscado, iremos sempre nos lembrar
da porta mágica que se abriu para nos transportar
ao Reino de Hades, para percorrermos um tortuoso caminho
A lembrança da ressaca e da enxaqueca é o que sobra do copo de vinho.
sábado, maio 03, 2003
Esse e um dos poemas que eu mais gosto de ter escrito... e depois que eu conheci o Taoismo gostei mais ainda...
POEMA DE REGRESSO A PÁTRIA - CAMINHO I
Então reencontro meu caminho
o mesmo que já foi caminhado por muitos
e ao mesmo tempo espera, solitário, por mim
Reencontro o imaginado
o sonhado
e o não-caminhado
Antes de o pisar, o contemplo
Templo de meu saber
Confidente de minha silenciosa agonia
Companheiro de minha constante insônia
no mundo dos adormecidos
e entorpecidos
por promoções liquidações de shopping centers no natal
Isso não me faz mais mal
Estou contemplando o meu caminho
aquele que me esperou ansioso e só
no refúgio dos caminhos esquecidos
Esse caminho que nunca caminhei
apenas sempre o imaginei
questionando sobre a passagem de sofridos
enquanto o próprio caminho, solitário, caminhava seu percurso
verificando os que dormiam no silêncio noturno
e olhando no relógio e olhando o céu
céu daqueles que se dorme em paz no caminho
desgastado pela falta de uso
e esperançoso da espera em seu convidado
que atendeu o seu chamado
E aqui estou eu, contemplando o caminho
este a quem me unirei e a quem serei inseparável
a ponto de meus amigos me olharem
e virem o caminho a caminhar em mim
antes mesmo de me verem
O caminho é infinito e incomensurável, como eu
E espera lentamente a conclusão de seu destino, como eu
Com a ternura, serenidade e paciência
daqueles que já passaram os 70 anos
e ainda têm a vida inteira pela frente
Bem vindo, meu caminho! E bom dia!
Você chegou na hora certa.
E agora que somos inseparáveis
não se preocupe com aqueles que não agüentaram a dura jornada
e dormiram nas suas margens.
Nós passaremos rindo e apaixonados por eles
mas sem acordar os cachorros dos vizinhos.
POEMA DE REGRESSO A PÁTRIA - CAMINHO I
Então reencontro meu caminho
o mesmo que já foi caminhado por muitos
e ao mesmo tempo espera, solitário, por mim
Reencontro o imaginado
o sonhado
e o não-caminhado
Antes de o pisar, o contemplo
Templo de meu saber
Confidente de minha silenciosa agonia
Companheiro de minha constante insônia
no mundo dos adormecidos
e entorpecidos
por promoções liquidações de shopping centers no natal
Isso não me faz mais mal
Estou contemplando o meu caminho
aquele que me esperou ansioso e só
no refúgio dos caminhos esquecidos
Esse caminho que nunca caminhei
apenas sempre o imaginei
questionando sobre a passagem de sofridos
enquanto o próprio caminho, solitário, caminhava seu percurso
verificando os que dormiam no silêncio noturno
e olhando no relógio e olhando o céu
céu daqueles que se dorme em paz no caminho
desgastado pela falta de uso
e esperançoso da espera em seu convidado
que atendeu o seu chamado
E aqui estou eu, contemplando o caminho
este a quem me unirei e a quem serei inseparável
a ponto de meus amigos me olharem
e virem o caminho a caminhar em mim
antes mesmo de me verem
O caminho é infinito e incomensurável, como eu
E espera lentamente a conclusão de seu destino, como eu
Com a ternura, serenidade e paciência
daqueles que já passaram os 70 anos
e ainda têm a vida inteira pela frente
Bem vindo, meu caminho! E bom dia!
Você chegou na hora certa.
E agora que somos inseparáveis
não se preocupe com aqueles que não agüentaram a dura jornada
e dormiram nas suas margens.
Nós passaremos rindo e apaixonados por eles
mas sem acordar os cachorros dos vizinhos.
sexta-feira, maio 02, 2003
Estou na fábrica. Entramos cedo, temos um dia inteiro pela frente. Fabricamos idéias. Chegamos e entregamos nossos cérebros, que ficam à disposição da Direção . dessa forma vamos candidamente nos adaptando, absorvendo e sorvendo porções de informações e normas de comportamento. O Instrutor, como diz seu nome, instrui o material da fábrica – nós. Nós somos a massa. Doses homeopáticas porém contínuas não nos sendo entregues a direção se empenha para obter o máximo aproveitamento. A sala é climatizada, as janelas são vedadas. Porém, nada é perfeito. Desvio meus olhos do Instrutor para a janela, e vejo através dos minúsculos furos o céu azul lá fora e as folhas das árvores balançando com o vento, me fazendo lembrar que, como elas, sou Vida. E como se somente isso não fosse suficiente, sou Humana. Não sou máquina, não sou escrava, não sou matéria. Podem aprisionar meu corpo, cercado de conforto mas ainda assim aprisionado, pode o Instrutor continuar falando e os alunos continuarem ouvindo. Mas não podem impedir a liberdade dos meus pensamentos e dos meus sentimentos.
Estou na fábrica. Para alguns, aqui é fábrica de sonhos, de vir a ser alguém melhor colocado na sociedade atual.para outros, é fábrica de ilusões, que desconsidera o potencial que cada um tem no presente, não o que possa vir a ser, mas o que efetivamente é neste momento.
Eu sou. E neste momento, o único que tenho, tudo o que tenho, sou livre e fiz a audaciosa escolha de ser feliz.
Estou na fábrica. Para alguns, aqui é fábrica de sonhos, de vir a ser alguém melhor colocado na sociedade atual.para outros, é fábrica de ilusões, que desconsidera o potencial que cada um tem no presente, não o que possa vir a ser, mas o que efetivamente é neste momento.
Eu sou. E neste momento, o único que tenho, tudo o que tenho, sou livre e fiz a audaciosa escolha de ser feliz.
quinta-feira, maio 01, 2003
Ola!
Bom, eu não tenho contador de pagina, cookie, nada, o site não tem comentários porque eu não sei muito programação de internet, para vocês terem certeza disso confiram em http://www.terravista.pt/mussulo/2336/
mas eu perdi a senha do site, entao o mail que esta lá não funciona, a caixa postal já se foi, mas só tem poemas que o pessoal me enviou, não coloquei nada meu lá, o destaque para mim são os poemas de Valdez, de João Pessoa, excelente escritor. Leiam a proposta, eu gostei muito de ter escrito esse projeto.
Essa idéia deve agora continuar no Maionese Literária, divulgando novos textos, está ao dispor de vocês. www.maioneseliteraria.blogspot.com
Esse site do PoesiAgora tem 14 mega de espaço, se eu achar a senha atualizo. Meu problema maior é o tempo, ainda tenho o blog Justiça Feminina www.justicafeminina.weblogger.com.br e trabalhar em Direito e Relações Internacionais.
Bom, eu não tenho contador de pagina, cookie, nada, o site não tem comentários porque eu não sei muito programação de internet, para vocês terem certeza disso confiram em http://www.terravista.pt/mussulo/2336/
mas eu perdi a senha do site, entao o mail que esta lá não funciona, a caixa postal já se foi, mas só tem poemas que o pessoal me enviou, não coloquei nada meu lá, o destaque para mim são os poemas de Valdez, de João Pessoa, excelente escritor. Leiam a proposta, eu gostei muito de ter escrito esse projeto.
Essa idéia deve agora continuar no Maionese Literária, divulgando novos textos, está ao dispor de vocês. www.maioneseliteraria.blogspot.com
Esse site do PoesiAgora tem 14 mega de espaço, se eu achar a senha atualizo. Meu problema maior é o tempo, ainda tenho o blog Justiça Feminina www.justicafeminina.weblogger.com.br e trabalhar em Direito e Relações Internacionais.
terça-feira, abril 29, 2003
sábado, abril 26, 2003
Anelos
elos nos dedos
Anéis
que anulam meus elos
que elucidam
minha lúcida escolha
Anelos
aninham-se em meus dedos
Cachos selvagens de cabelos
indomesticáveis
anulam
minha chance
Única e exclusiva
de sobreviver
Chinelos
que rangem
quando eu passo
quando eu piso
quando estraçalho
quando apenas soalho
soa soante solene
e só suavemente
piso descrente
anelo insolente
paspalho
miro em frente
indecente visão - televisão -
incompetente ação
de ser negligente
Singelos
sussurro curvado
sinto o arranhado
do som que busca
o atalho
amassado
me calo
insípida insólita
suado fremente
e desperto ausente
desespero consciente
quem cala consente
e é conivente
Anelos silentes.
Sss...ss...sss.
elos nos dedos
Anéis
que anulam meus elos
que elucidam
minha lúcida escolha
Anelos
aninham-se em meus dedos
Cachos selvagens de cabelos
indomesticáveis
anulam
minha chance
Única e exclusiva
de sobreviver
Chinelos
que rangem
quando eu passo
quando eu piso
quando estraçalho
quando apenas soalho
soa soante solene
e só suavemente
piso descrente
anelo insolente
paspalho
miro em frente
indecente visão - televisão -
incompetente ação
de ser negligente
Singelos
sussurro curvado
sinto o arranhado
do som que busca
o atalho
amassado
me calo
insípida insólita
suado fremente
e desperto ausente
desespero consciente
quem cala consente
e é conivente
Anelos silentes.
Sss...ss...sss.
Desleitura
Dos livros não lidos
Toscamente escolhidos
Promessa não cumprida
Dos livros não escritos
Toscamente vividos
Editoras mal-dirigidas
Dos leitores mal escolhidos
Toscamente alfabetizados
Prontos a não recomendar
A leitura
? Quem tem coragem
De enfrentar sua solidão?
Solidão de ler em silêncio
Dos livros não lidos
Comprados para quando tiver tempo
Ganhados por honra e mérito
Roubados das bibliotecas
Para vingar-se da professora de literatura
Achados no armário
Era do tio, do avô, do parente
Que nunca saberá do presente
Agora encontrado em suas mãos
O livro não lido
Do autor desconhecido
Pela vida escolhido.
Dos livros não lidos
Toscamente escolhidos
Promessa não cumprida
Dos livros não escritos
Toscamente vividos
Editoras mal-dirigidas
Dos leitores mal escolhidos
Toscamente alfabetizados
Prontos a não recomendar
A leitura
? Quem tem coragem
De enfrentar sua solidão?
Solidão de ler em silêncio
Dos livros não lidos
Comprados para quando tiver tempo
Ganhados por honra e mérito
Roubados das bibliotecas
Para vingar-se da professora de literatura
Achados no armário
Era do tio, do avô, do parente
Que nunca saberá do presente
Agora encontrado em suas mãos
O livro não lido
Do autor desconhecido
Pela vida escolhido.
Somos alunos. Estamos matriculados regularmente, freqüentamos as aulas, passamos nas provas. E nos encontramos no meio do nosso caminho universitário.
Não necessariamente somos estudantes. O Pacto está feito: os livros estão ai, descansando languidamente nas prateleiras de nossas estantes ao sabor do ar condicionado que o envolve, quando não toma banho de sol na varanda da biblioteca. Mas estes foram feitos para serem olhados, meramente consultados – pois logo no primeiro dia de aula todos os professores nos “tranqüilizam” avisando que poderemos passar direto em suas matérias apenas com as anotações em caderno, nos poupando o extenuante trabalho de pensar. Algumas vezes, quando o “mestre” resolve faturar alguns trocados, adota-se um livro – o escrito pelo próprio professor. De qualquer forma, sempre há a necessidade da adoção de alguma corrente teórica - e assim, os cadernos se tornam o resumo de um determinado livro. Tudo o que temos que fazer é decorar essas anotações, tirarmos, 10, fazer a alegria da família, constituir um bom CR., arranjar um bom emprego e dormimos todos os dias em paz com nossas consciências.
E sendo assim somos escravos. Não temos direito ao básico: a discordar de uma teoria ou corrente ideológica. Pois quando nos apresentam uma tese como sendo a verdade, não há o que contestar – quem contestaria a Verdade? Aceitamos placidamente o que nos é dito – e a Verdade é inaplacável com seus contestadores: tasca-lhes um zero, reprova-os, tenta marcar suas vidas com o símbolo dos perdedores.
Somos todos alunos. Mas nem todos são estudantes e nem todos são cordeirinhos. Ainda assim, sempre haverá a maioria esmagadora e a minoria combativa. Não lutamos pela razão, mas pelo direito de termos idéias próprias e sermos respeitados por isso.
Não necessariamente somos estudantes. O Pacto está feito: os livros estão ai, descansando languidamente nas prateleiras de nossas estantes ao sabor do ar condicionado que o envolve, quando não toma banho de sol na varanda da biblioteca. Mas estes foram feitos para serem olhados, meramente consultados – pois logo no primeiro dia de aula todos os professores nos “tranqüilizam” avisando que poderemos passar direto em suas matérias apenas com as anotações em caderno, nos poupando o extenuante trabalho de pensar. Algumas vezes, quando o “mestre” resolve faturar alguns trocados, adota-se um livro – o escrito pelo próprio professor. De qualquer forma, sempre há a necessidade da adoção de alguma corrente teórica - e assim, os cadernos se tornam o resumo de um determinado livro. Tudo o que temos que fazer é decorar essas anotações, tirarmos, 10, fazer a alegria da família, constituir um bom CR., arranjar um bom emprego e dormimos todos os dias em paz com nossas consciências.
E sendo assim somos escravos. Não temos direito ao básico: a discordar de uma teoria ou corrente ideológica. Pois quando nos apresentam uma tese como sendo a verdade, não há o que contestar – quem contestaria a Verdade? Aceitamos placidamente o que nos é dito – e a Verdade é inaplacável com seus contestadores: tasca-lhes um zero, reprova-os, tenta marcar suas vidas com o símbolo dos perdedores.
Somos todos alunos. Mas nem todos são estudantes e nem todos são cordeirinhos. Ainda assim, sempre haverá a maioria esmagadora e a minoria combativa. Não lutamos pela razão, mas pelo direito de termos idéias próprias e sermos respeitados por isso.
Eu sou um ser pensante, limitado pelas caixinhas de conserva ambientais.
Eu sou um sem em extinção, pois penso por mim mesma, busco compreender o mundo e sou capaz de ter minhas próprias idéias projetos e pensamentos.
Eu sou um ser em locomoção, pois minha mente se desloca no espaço – tempo para além das barreiras físicas e psicológicas prevendo situações prováveis e possíveis.
Eu sou um ser em automoção - pois me cerceiam, me rodeiam e me segregam esperando que vire uma máquina de fazer o que e somente o que esperam que eu faça.
Eu sou longamente superior ao que pensam de mim.
Eu sou longamente e superiormente capaz do que as tarefas diárias que me entregam para executar.
A tremenda ignorância e temor mesclado com insegurança fazem com que todos exijam referencias, sejam elas quais forem. Em uma escala tortuosa e sempre modificada de valores, com penalidades e prêmios dados a esmo, por pessoas e a pessoas ignóbeis.
Cegos e cansados, todos se esbarram no nada em que vivem.
Todos buscando a direção, e criticando e criticando os poucos que ousam sugerir uma solução. Preferem gastar suas vidas na monotonia tranqüila da mediocridade segura.
Enquanto isso, eu estou no alto, observando essas vidas esvaídas de emoção e razão.
Nada posso fazer a não ser lamentar.
Absolutamente nada posso fazer a não ser observar em silencio, me obrigando fechar meus olho e me calar.
E escrever
Sempre.
Pobre povo vagante de si mesmo
E sigo meu caminho.
Eu sou um sem em extinção, pois penso por mim mesma, busco compreender o mundo e sou capaz de ter minhas próprias idéias projetos e pensamentos.
Eu sou um ser em locomoção, pois minha mente se desloca no espaço – tempo para além das barreiras físicas e psicológicas prevendo situações prováveis e possíveis.
Eu sou um ser em automoção - pois me cerceiam, me rodeiam e me segregam esperando que vire uma máquina de fazer o que e somente o que esperam que eu faça.
Eu sou longamente superior ao que pensam de mim.
Eu sou longamente e superiormente capaz do que as tarefas diárias que me entregam para executar.
A tremenda ignorância e temor mesclado com insegurança fazem com que todos exijam referencias, sejam elas quais forem. Em uma escala tortuosa e sempre modificada de valores, com penalidades e prêmios dados a esmo, por pessoas e a pessoas ignóbeis.
Cegos e cansados, todos se esbarram no nada em que vivem.
Todos buscando a direção, e criticando e criticando os poucos que ousam sugerir uma solução. Preferem gastar suas vidas na monotonia tranqüila da mediocridade segura.
Enquanto isso, eu estou no alto, observando essas vidas esvaídas de emoção e razão.
Nada posso fazer a não ser lamentar.
Absolutamente nada posso fazer a não ser observar em silencio, me obrigando fechar meus olho e me calar.
E escrever
Sempre.
Pobre povo vagante de si mesmo
E sigo meu caminho.
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