sábado, setembro 15, 2018

Silêncio e Solidão- ausência e presença

"Você sabe o que eu quero dizer não está escrito nos out-doors
Por mais que a gente grite, o silêncio é sempre maior"
Além dos out-doors, Engenheiros do Hawaii

Só posso falar do meu movimento pendular entre cidade e campo, silêncios e palavras, ausências e presenças. Fases de produção acadêmica, literária, nenhuma, só ter esse tempo da gestação de um texto. Sim, aquele tempo no qual não se escreve uma linha, mas se pensa no assunto da hora que acorda até dormir.

Mas isso é apenas uma rala Introdução. Tive ao mesmo tempo a vontade de me calar neste mundo virtual e no plano físico. Recentemente tenho conversado com pessoas que me despertaram a vontade de retomar, ou iniciar uma fase, onde eu não tenho um planejamento ou melhor, um direcionamento prévio. Apenas avisar que aos poucos vou atualizar do meu modo - notícias, comentários, talvez alguma resenha ou texto que possa ser considerado literário. Mas algo me impeliu fortemente a escrever hoje, e não deixar para o que pode ser um eterno amanhã.

Em breve atualizo e deixo aqui o link dos lugares que for atualizando: twitter, instagram etc.

sexta-feira, agosto 17, 2018

Meu Tempo


Seu tempo não é meu tempo
meu tempo é feito de coisas e de dias
meu tempo é feito de coisas fugidias
arredias ao pensamento concreto e abstrato

Meu tempo não é o de fato
o tempo histórico exato
meu tempo é recheado de ilusões
saudades impressões e frustrações

Meu tempo é longelíneo
mas não retilíneo
denso, imenso
Meu tempo faz parte do meu mundo

povoado por figuras estranhas, bizarras
que você teria dificuldade em aceitar

Mas nunca neste meu mundo você irá entrar
você vai vê-la de fora, atrás das grades
enquanto lá dentro realizo todas as minhas vontades

Seu tempo cronológico
não equivale ao seu psicológico

Meu tempo esticado
como massa de macarrão
Sonhos que vão do céu ao chão
Macarrão que não cabe no seu garfo
Esses sonhos eu engarrafo
e entrego a você numa correspondência “just in time”

Bom apetite!!!

terça-feira, outubro 18, 2016

Somos Alunos

Somos alunos. Estamos matriculados regularmente, freqüentamos as aulas, passamos nas provas. E nos encontramos no meio do nosso caminho universitário. 

Não necessariamente somos estudantes. O Pacto está feito: os livros estão ai, descansando languidamente nas prateleiras de nossas estantes ao sabor do ar condicionado que o envolve, quando não toma banho de sol na varanda da biblioteca. Mas estes foram feitos para serem olhados, meramente consultados – pois logo no primeiro dia de aula todos os professores nos “tranquilizam” avisando que poderemos passar direto em suas matérias apenas com as anotações em caderno, nos poupando o extenuante trabalho de pensar. Algumas vezes, quando o “mestre” resolve faturar alguns trocados, adota-se um livro – o escrito pelo próprio professor. De qualquer forma, sempre há a necessidade da adoção de alguma corrente teórica - e assim, os cadernos se tornam o resumo de um determinado livro. Tudo o que temos que fazer é decorar essas anotações, tirarmos, 10, fazer a alegria da família, constituir um bom C.R., arranjar um bom emprego e dormimos todos os dias em paz com nossas consciências.

E sendo assim somos escravos. Não temos direito ao básico: a discordar de uma teoria ou corrente ideológica. Pois quando nos apresentam uma tese como sendo a verdade, não há o que contestar – quem contestaria a Verdade? Aceitamos placidamente o que nos é dito – e a Verdade é implacável com seus contestadores: tasca-lhes um zero, reprova-os, tenta marcar suas vidas com o símbolo dos perdedores.

Somos todos alunos. Mas nem todos são estudantes e nem todos são cordeirinhos. Ainda assim, sempre haverá a maioria esmagadora e a minoria combativa. Não lutamos pela razão, mas pelo direito de termos ideias próprias e sermos respeitados por isso.
 
 
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Escrito em 2000.